segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sem essa...


Sem essa. No princípio era Eva, hoje é a Carrie do Sex and the City. O que vem a seguir? Mulheres sendo vendidas em uma prateleira de supermercado? Com etiquetas de “Informações Nutricionais: cada porção de 50 quilos do produto contém…”?


O protótipo da mulher ideal ou doutrinas de comportamentos exemplares vêem sendo pregados há tempos: a primeira da lista – Eva aparece na Bíblia como um ser inferior ao homem. Segundo a narrativa bíblica, foi Eva quem levou Adão a sucumbir à tentação e perder o paraíso; mais tarde, através da imagem da virgem Maria, a Bíblia também configurou a mulher ideal. Foi a partir dela que se gerou toda a estrutura do sexo feminino considerada correta e que de certa forma se mantém inalterada até os dias de hoje. Mãe, companheira e boa esposa, ela é o molde perfeito para qualquer mulher, para todos os tempos… “Disse, então, Maria. A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou na humanidade de sua serva; pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.” (Lc 1, 46-48); outra personagem bíblica com forte relevância é Maria Madalena, a santa prostituta. Tratada sempre pelos escritos bíblicos como uma mulher dotada de “espírito maligno”, nela se faz explícita toda a cultura patriarcal dominante – Madalena é a mulher que precisa ser silenciada, ainda que seja a custa de pedras que a soterram no episódio da lapidação. Depois da bíblia vieram outros livros, de história ou literatura; depois os jornais em 1800 e bolinha que veiculavam matérias que nada mais eram que projetos civilizadores divulgando normas de condutas elitistas; hoje é a revista Nova com os conselhos voltados à mulher moderna… “Siga nosso incendiário roteiro e atinja ao orgasmo em 12 minutos”. Tenha santa paciência. Será que isso não terá fim? C-h-e-g-a!!!

Dentre a lista do ideário feminista, além das questões de direito civil, estava à questão da opressão pela cultura masculina, a intenção de revelar os mecanismos psicológicos dessa marginalização e de projetar estratégias capazes de proporcionar às mulheres uma liberação integral, além do corpo e dos desejos. Tudo muito nobre, mas, será mesmo que a mulher, que viveu no auge do movimento feminista, entrou no mercado de trabalho puramente pelos ideais ou talvez este fato se devesse à pobreza, à preferência dos patrões por operárias, por essas serem mais baratas e mais ‘boazinhas’ ou então, simplesmente por causa dos apavorantes massacres de homens nas grandes guerras? Difícil dizer os reais motivos, fato é que as mulheres invadiram o mercado desde esta época e, hoje, estão aí, ocupando diversos cargos e atuando em tantas profissões. Mas, e toda a questão da opressão foi esquecida? Todos os dias revistas estampam falsa liberdade, ditam condutas e valores. A mídia mostra a forma ‘certa’ de se vestir, diz quantos quilos a mulher deve pesar, ensina como se maquiar, como transar, como conquistar o homem perfeito etc. Igualzinho aos jornais de 1800 e bolinha. Simone de Beauvoir, coitada, deve se revirar no caixão quando as revistas femininas chegam às bancas.

Enfim, pro inferno com todas estas classificações e estereótipos e ideais da imagem da mulher. Morte a todos aqueles que acham que a mulher deve ser feminista ou deve ser dona-de-casa e mãe de família, que ela deve ser isso ou aquilo. Morte as fórmulas e aos modelos (inclusive ao meu modelo – que, de certa forma, estou defendendo aqui neste texto).

E… Viva la Revolución!!! A revolução verdadeira, aquela onde todos os padrões são derrubados, principalmente os internos e os do ego. Que as verdade e mentiras sucumbam diante dos olhos e que você, só você, seja capaz de ditar suas próprias regras. Sem máscaras, sem pudores, sem medos e sem hipocrisia. Alguns dirão que tudo isso não passa de utopia. Quem sabe?! … Mas, como diria Mario Quintana…

“Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos – onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo…”

10 comentários:

Anônimo disse...

Nunca tinha lido tanta mentira reunida em tão pouco espaço ... lamentável ... persu persu!!!

M.W. disse...

Caro anônimo,

Vc tem todo direito de achar meu texto uma mentira, mas, ao menos argumente e se identifique, para que nossa discussão seja válida. Dizer que é besteira, ou mentira, qualquer um diz.

Anônimo disse...

Cara M.W.

Meu comentário se baseia em uma única premissa: existe a verdade e existe a mentira. Se você conhece a verdade, sabe identifcar a mentira, entretanto, se você conhece a mentira não sabe identificar a verdade! Portanto, suas premissas para mim estão baseadas em um ideal falso... só existe uma verdade, e essa verdade é mais profunda do que o conflito entre homem e mulher. É sobre a natureza das relações e verdadeiro o conflito entre o bem e mal existente no Universo. Só há uma verdade, e ela está revelada nas escrituras. Usar delas para discutir o movimento feminista é deixar de entender a mensagem real que há nela ... e o que não é verdadeiro é ... falso.

Dentah hatned

M.W. disse...

caro Dentah,

Primeiro, pra mim não existe verdade e mentira. Nada é absoluto. Existem pontos de vista. Existem crenças etc... Segundo, não falo exatamente do movimento feminista e sim da "suposta" emancipação... digo que a mulher sempre segue modelos, que a humanidade segue modelos e que a gente pode quebrá-los. Só isso... Mas você tem todo direito de discordar. Mas já que você sabe tanto das escrituras, que tal julgar menos e aceitar melhor pontos de vista diferentes dos seus? Jesus fala muito disso... não? Beijo.

Anônimo disse...

merda pura

Lielson disse...

Dentah, aprenda de verdade sobre crítica: é ponto de vista.

eu discordo cá e lá e concordo ali e acolá, mas tolerância e respeito às opiniões conflitantes é uma verdade.

como é verdade que possamos discordar e é mentira que "se conhece a verdade sabe identificar a mentira." aumenta a chance, mas não garante nada.

e veja como sua retórica é divertida, mas pouco útil: quem reconhece verdade, sabe o que é mentira, diz você. logo, conhece a mentira por saber a verdade e seu paradoxo nos diz que essa pessoa não conhece a verdade.

na verdade, tchau!

Anônimo disse...

O comentário:
Anônimo disse...

merda pura

20 de janeiro de 2010 11:08

Não foi feito por mim ... só para registrar!

Dentah hatned

Anônimo disse...

Caro Lielson, eu respeito pontos de vista, e não quero desrespeitar quem quer que seja, aliás não te conheço, não conheço o M.W., nem conhecia este blog. O fato é de que quando eu li tive de postar.
Me diga uma coisa, você já viu alguma nota falsa de R$ 15,00 ou de R$ 30,00? Não viu porque não existem notas verdadeiras de 15,00 e 30,00, ou seja, o falso se baseia em algo verdadeiro para poder existir.
Quando eu falo em verdade, eu digo sobre o que está escrito nas escrituras: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". Quando você conhecer a verdade sobre o grande conflito entre o bem e o mal, você saberá do que eu falo...

M.W. disse...

Caro D.,

Tudo bemmmm, chega de discussões religiosas ou sobre verdade e mentira. Só queria que entendesse que meu texto não fala sobre as verdades ou mentiras das escrituras, e sim, sobre protótipos sociais... Uso a bíblia para contextualizar. Para provar que isso é feito faz tempooooooo. Tendeu? Não me acho dona da verdade e esse texto é só um ponto de vista!

Lielson disse...

Caro Dentah, aquele abraço!